domingo, 17 de abril de 2011

TPM: Tudo parece maior.

    Acordei com o pé esquerdo, e por sinal foi este mesmo pé que chutei na quina da cama, depois de me dar conta que havia acordado porque estava com muita dor nas costas. Já que tinha acordado ( mais cedo do que o despertador), lembrei que tinha prova, levantei rápido, bati o pé e pensei: " Aí, tenho que acabar de estudar pra prova."
    Fui pra escola e acabei chegando atrasada. Eu estava muito irritada. Nada estava bom, tudo me incomodava. Era tudo barulhento, queria ficar dormindo a tarde inteira, sem sair de casa, não queria ir pra nenhum lugar, reclamava de tudo, estava com dor de cabeça, com muita dor nas costas e no dedão do pé.
    Tinha uma prova difícil. Eu estava bem estressada.
    Qualquer ruído me incomodava. A pessoa sentada atrás de mim, batia uma bolinha na carteira. Uma bolinha pequena, mas o som me incomodava. Todos já tinham notado que eu estava irritada. Não estava no meu normal.
    Minha vontade era dizer: "Engole essa bolinha! Não falem comigo!" Mas, tentei controlar meu mau humor.
    Fiz a prova e fui de metro pra casa da minha avó. Aniversário dela.
    Quando cheguei lá, estava mais mau - humorada, com mais dor de cabeça (o trem estava abarrotado) e com muita fome. Eu mesma não me aguentava.
    Depois de muito tempo, no meu ponto de vista, chegou a pizza. Aleluia! Comi e comi. E quando acabei, aquele desejo de um doce tomou conta de mim. - Avó, tem doce? Tinha. Um sonho de valsa velho, esbranquiçado e murcho. Comi. Mas estava muito ruim.Queria um chocolate bom, que matasse a vontade de comer chocolate e talvez me acalmasse.
    Mandei uma mensagem pra minha mãe, que ainda estava saindo do trabalho: "Pelo amor de Deus, compra um chocolate? POR FAVOR. Ela ainda ia demorar, só de pensar nisso, ficava mais nervosa ainda. Pra piorar, no dia seguinte tinha outra prova. Prova de história. Tinha que reler todos os textos. Eu estava chata. Chata é pouco. Estava muito chata e o pior é que eu sabia que estava chata. Achei que meu material de história não estava comigo, comecei a entrar em desespero. Juro.
    Minha mãe chegou. Comi uma barrona de chocolate e mais um pedaço de bolo (de chocolate). Mas nada!
A chatice ainda tomava conta de mim. Me perguntei: "Luiza, o que você tem?" Me respondi: " Tô muito irritada! Tô em crise existencial. Tô feia, com dor nas costas, de cabeça ( o dedão do pé não doía mais), tô me achando burra, não quero pegar recuperação de história, não aguento mais esta franja (mexendo nela sem parar, ela não parava em lugar nenhum que não fosse meu olho esquerdo. E então entendi: Tô de TPM!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pombas

    Bairro novo, casa nova e eu feliz da vida.
    Mudei de casa porque insisti muito à minha mãe. Queria chegar mais cedo em casa, ir para a escola com a galera, voltar da escola com a galera, não aguentava mais trânsito.
    Cada dia tem pelo menos uns mil carros a mais nas ruas de São Paulo, demorava horas até chegar em casa. Quando chegava queria deitar no sofá, ligar o computador, e a televisão, mas não, tinha que abrir o caderno e estudar, já havia cochilado no carro, não tinha nenhum animo para estudar.
    Fizemos a mudança, e eu me achando super independente, chegando cedo, saindo tarde, vou a pé para a escola com a galera e tudo certo.
    Tudo certo, até descobrir que moram um casal de pombas na minha janela, quase toda noite elas ficam fazendo: Uh! Uh! Uh!, é a dança do acasalamento.
    Minha mãe já expulsou dois ovos ( um pouco maior do que um ovo de codorna ), do parapeito da janela de seu quarto.
    Entre os vidros das janelas dos quartos e a esquadria de alumínio de correr, existe um vão de aproximadamente quinze centímetros, é ai que as pragas se instalam.
    Elas são conhecidas como ratos com assas, são muito nojentas.
    Já obtemos várias informações para afasta-las: 1) Chumbinho, 2 ) Papel alumínio, 3 ) Naftalina, eu e minha mãe não gostamos dessas ideias, pois não queremos encontrar nenhum bicho morto perto de nossas camas. O papel alumínio só serve para afasta-las de dia, por causa do reflexo do sol, e não vai adiantar nada, a naftalina pelo que eu saiba é um remédio de baratas e por sinal eu também tenho muito nojo.
    Só de lembrar que um casal de pombos mora praticamente dentro da minha casa, me deixa um tanto assustada e me irrita profundamente.
    A qualquer hora que eu for na janela do meu quarto, lá estão elas com seus olhos laranjas meio avermelhados, mas eu teimava que seus olhos eram verde piscina, mas não são, já verifiquei, re-verifiquei, e re-verifiquei. É o contato anda intimo assim: olhos nos olhos.
    4 ) Radar sonoro, está informação foi de minha avó. Ela, muito insistente, cismou que rato com assas são morcegos. Quem explica para ela que isso é um modo de dizer ? Ela cismou que tem morcegos dia e noite em nossas janelas.
    Também não gostamos desta alternativa, vai saber se o ruído deste objeto vai atrair mais animais ?
    Depois de muitas pesquisas, acho que encontramos uma coisa para afastar as pombas: 5 ) Espanta - pombo. Ainda não sei como é o produto, mas estou cheia de esperanças.
    A história ainda não acabou, ela só vai acabar quando esses bichos nojentos se retirarem de minha janela.

Saudade


    Não lembro muito de você, pois você faleceu quando era uma criança, não sabia como é vida, não que agora eu saiba tudo da vida, mas já tenho uma pequena ideia sobre ela.
    Sinto sua falta...
    Era um dia normal, não lembro exatamente que dia da semana era.
    Acho que havia chegado da escola, tinha tomado um banho, pois estava suada, havia me trocado, estava na casa da minha mãe esperando meu pai chegar. Estava ansiosa pois era pequena, tinha sete anos, e queria ir ao aniversário do meu primo de segundo grau, em um buffet infantil e iria encontrar minhas primas e bagunçar muito.
    Meu pai subiu em meu apartamento para me pegar, minha mãe também tinha acabado de chegar.
    Já sabia que meu avo não iria na festa, pois estava internado no hospital.
    Quando ouço o celular do meu pi tocar, ele atende e da um berro, e logo começa a chorar desesperadamente, se apoiou na parede ao lado da porta e ficou lá, parado por uns cinco minutos.
    Não sabia o que estava acontecendo, não sabia de nada.
    Ficava me perguntando: 
    O que estava acontecendo ? Será que meu pai está chorando de felicidade ? Não, acho que não. E porque ele deu esse berro ? E meu avô, como ele esta ? Esta bem ?
    Fiquei pensando sobre meu avo, até a minha mãe falar alguma coisa ( não me lembro o que ). Ela falava com toda a delicadeza do mundo.
    Não me lembro qual foi minha reaçao na hora, só sei que comecei a chorar, mas não havia caído a fixa ainda. 
    Meu pai foi para o hospital, e falou que não ia dar para irmos ao aniversário.
    Fiquei triste, pois queria ir apesar de ter chorado sem saber o motivo exatamente, estava animada e queria me divertir com minhas primas. 
    Meu pai se despedia e foi embora.
    Minha mãe começou a contar tudo o que havia acontecido, de um modo compreensivo, simples, sem dar muitos detalhes, pois ela também não sabia exatamente como havia acontecido.
    Conversei com calma com minha mãe, comecei a chorar desesperadamente, pois acabava de entender o que havia acontecido.
    Durante está noite, após o aniversário de minha avó, sete de abril de dois mil e onze, penso e penso em todos os momentos em que passei com ele.
    Escrevo está cronica, com lagrimas escorrendo pelo meu rosto, já sensível, vermelho. Os olhos e nariz enxados.
    Lágrimas de medo, de insegurança e de tristeza escorrem pelo meu rosto quente, pois meu avô cantava uma música para mim, para todos os meus primos e tios. Há pouco tempo cantei essa mesma música para meu irmão.
    Infelizmente meu irmão não teve a honra de conhece-lo. Meu irmão de quase três anos, sabe que meu avo foi uma pessoa especial para mim, e para todos que o conheceram. Pois ele me ensinou muitas coisas, era um cara doce, sorridente, muito feliz. Sempre que o via, estava sempre alegre.
    Sinto uma saudade imensa tua meu querido avô, apesar de não presenciar fisicamente nenhum aniversário de todos os netos, filhos, nenhum natal, ano novo, nenhuma data importante. Eu sei que você esta presente conosco e sempre estará.

   Sempre te amei, te amo, e sempre te amarei meu querido avô. 
    Aproximadamente dois anos. Alegre e sorridente, ela pulava, linda e com os cabelos esvoaçantes, castanho claro.
    Cada pulo que dava, seu vestido rosa voava, enquanto seu sorriso lindo e branco se abria cada vez mais.E lá estava uma fralda cheia e pesada, mas ela não ligava, só queria saber de pular e pular cava vez mais alto.
    Seus pequenos pés batiam na cama elástica dando impulso para o alto, ela gritava muito alto: - Isabel tá no balanço. Cada pulo, um sorriso mais lindo se abria em seu rosto mostrando todos todos os seus dentes.
    Ela, brincava nas cordas que envolviam ela e o balanço como um só.